quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Um Passo
Por Pedro Gonzaga
Ensaiavas um passo e eu te olhava da cama
a cabeça amparada pela guarda antiga,
nossos olhos espelhados a cada volta de teu corpo.
Era verão, e as cortinas
recolhidas como velas
deixavam entrar solenemente
um sopro crivado de jasmins.
Nunca mais seremos tão jovens
e no curto instante em que giravas
anoiteceu.
Quem diz que a memória é capaz de reviver as coisas
não entende nada.
Quem não se entrega à destruição física do momento
perde o que há de mais precioso na morte.
Giravas e giravas até o fim do dia e
aquela cama não mais se repetirá
ainda que dances
infinitamente para mim.
Retirado de pedrogonzaga.wordpress.com.
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