Tal fraseologia é necessária se alguém quer nomear as coisas sem trazer à tona as imagens mentais a elas associadas. Pense, por exemplo, em um professor inglês, do alto de seu conforto, defendendo o totalitarismo russo. Ele não pode dizer às claras: “Defendo o assassinato de seus oponentes quando se pode obter bons resultados com isso.” Por isso, é bem provável, ele diria algo assim:
“Enquanto é senso comum que o regime soviético exibe certas características que os humanitários talvez estejam inclinados a deplorar, devemos, creio eu, concordar que um certo cerceamento dos direitos políticos dos opositores é uma inevitável concomitância em períodos de transição, e que os rigores que o povo russo foi chamado a suportar são amplamente justificados na esfera das conquistas concretas."
George Orwell em "Politics and the english language" (1946).
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