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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pergunte ao Julio Lemos


Por Julio Lemos

Sei que é pergunta de leigo, de jornalista, mas vou tentar de novo: qual é a importância do Direitor Romano nos dias atuais?

Se você fizer essa pergunta em Portugal, na Escócia, na Itália, na Espanha ou na Alemanha, vão achar que você é um alienígena. Quem me disse isso foi um jornalista português, João Pereira Coutinho. No Brasil não existe cultura. Ergo.

Situação concreta: o sujeito tem uma namorada, sente que gosta dela bastante pelo caráter, porque o trata bem, mas sente que não corresponde que ela não corresponde à imagem sedimentada há anos em seu interior "daquela que lhe foi destinada." Que fazer?

Não acredito em um alguém "destinado" a outro. A realidade está sempre por fazer: o futuro ainda não aconteceu. Ou ao menos é assim que a realidade se nos apresenta (o problema do determinismo pode ser resolvido da mesma forma); não temos informação para lidar com um mundo pré-determinado, com futuros já dados. No contexto 'romântico', é evidente que certas pessoas estão mais por assim dizer *talhadas* para nós. Mas é sempre bom reformular nossas expectativas cristalizadas sobre como deve ser uma mulher (ou um homem): pode se tratar de uma birra, de falta de realismo. Não há resposta exata a essa questão. De certo modo, acredito na Providência. Mas mesmo ela não é resultado de uma função matemática; e seus sinais são certamente inexatos.

O que você responderia a alguém que dissesse: "Eu não escolhi nascer. A vida é uma piada de mau gosto. O que quer que houvesse antes da existência, era melhor do que isto. Logo, por não ter escolhido, não aceito responsabilidades."

PAFT - ACT LIKE A MAN

Oscar Wilde, que pensas?
Um dos caras do final do séc. XIX: mestre da ironia, do sentido de mistério, um homem profundamente triste -- pari passu um escritor da alegria e da perda. Gosto montã daqueles contos publicados acho que em 1889, "The Happy Prince & Other Stories", uma das coisas mais líricas (em sentido impróprio) que li entre os ingleses. "The Nightindale and the Rose" é pura 'sad beauty', que nos faz querer chorar litros em agridoce.

Escondida nele - Wilde parecia muitas vezes um dandy sem mais, um homem frívolo e gratuitamente provocador - estava uma profunda sabedoria, algo quase chestertoniano, posto que depressivo.

Lembro de uma gafe numa obscura tradução portuguesa de "The Importance of Being Earnest" -- "A importância de ser Ernesto"... Só pra recomendar a leitura direto no original.

Quando entrou para o Dream Team?
Vc diz a Dicta? ˆˆ Sempre estive lá.

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