Por Leandro Oliveira
Rorbert Hirschfield comentava em 1909, por ocasião de uma execução da Terceira Sinfonia:
Os grandes sinfonistas sentem e revelam a grandiosidade, a força, a nobreza e integridade – não as características negativas – de seu tempo. No entanto, quão frívola, infantil e sem força nossa época aparece através das sinfonias de Mahler.
Há uma evidente expectativa no texto de Hirschfield, que é a expectativa de um compromisso. Para ele, o artista deve antes de tudo preservar em sua obra um certo "senso de responsabilidade" - é como o porta-voz de seu tempo e sua mensagem, uma “garrafa ao mar” para as próximas gerações, um gesto individual que resume uma cultura. A incorporação da sonoridade do dia a dia, “frívola, infantil e sem força”, cria então um objeto irresponsável, descomprometido com a percepção das próximas gerações em relação àquilo que expressa, daquilo que acusa e simboliza.
A Osesp executa esta semana na Sala São Paulo e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (domingo), a Sinfonia nª3 de Gustav Mahler - como solista, Natalie Stutzman.
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