"I never hate. Hatred only brings hatred.(...)
Only in our old age do we truly understand the beauty of life."
Only in our old age do we truly understand the beauty of life."
Há coisas que não precisam de muita explicação exatamente por sua excelência - as coisas verdadeiramente extraordinárias que acontecem no mundo dispensam apresentações. Karen Worcman nos mostra um caso desses: a preciosidade de um depoimento de uma pianista de 107 anos, sobrevivente do holocausto. Imperdível. Necessário. Neste domingo de sol em Sampa, é uma mensagem de luz para um bom bimestre final a todos nós.
Por Karen Worcman
Acabo de chegar de viagem. Voltei decidida a escrever sobre a quantidade de iniciativas interessantes com as quais tive contato, de pólo a pólo, as inúmeras ideias que me cativaram no Canadá e em Ushuaia (a borda do mundo...) - todas em torno do meu assunto preferido: a "memória".
Mas então recebi um presente pela Internet. Meu primo, Jacob Herzog, enviou um vídeo com uma das coisas mais bonitas que vi ultimamente: o trailler de um documentário sobre Alice Herz-Sommer. Exímia pianista, ela é a mais “velha sobrevivente do holocausto”, completando 107 anos agora em novembro de 2010. O documentário é dirigido por Malcolm Clarke e chama-se "Alice Dancing under the Gallows" (página do Facebook).
Vivendo em Londres em um pequeno apartamento do sexto andar, Alice é conhecida pelos vizinhos e passantes como the lady in number 6. Sua história impressiona não só pela vivacidade supreendente em idade tão avançada, mas por ter sido deportada para Theresienstadt aos 39 anos, com seu filho - e tendo sobrevivido sem rancor ou traumas aparentes.
“Adoro as pessoas”, diz. "Adoro todas as pessoas. Adoro falar com as pessoas. Saber de suas vidas com outras pessoas...“ Alice me fez sentir, mais uma vez, o maravilhamento que me levou a fundar o Museu da Pessoa. E quando após tocar, comenta
Beethoven... ele é milagre. Sua música não é apenas melodia. É o que existe dentro... o que há dentro, o que a preenche. É intenso. Fenomenal!
me dá a noção de que por trás de cada pequena janela de um apartamento qualquer reside a possibilidade de conhecer um novo mundo. O mundo que cada um de nós guarda na própria alma e podemos generosamente mostrar aos outros com o depoimento de nossa história de vida.