por Leandro Oliveira
As notícias não são nada razoáveis pelo oriente. O tsunami que devastou cidades inteiras ainda desdobra algumas tragédias como as das usinas nucleares; trabalhadores locais já se tornam heróis nacionais, expondo-se como estão às conseqüencias da radiação.
Pelo mundo, solidariedades. A Sinfônica de Düsseldorf dedica sua récita da nona sinfonia de Beethoven (regida por Yutaka Sado) às vítimas da tragédia. Dia 26 de março.
A cidade parece ter a maior colônia japonesa na Alemanha. São Paulo, salvo engano, tem a maior colônia da América Latina.
Enquanto isso, a agitada temporada de Tóquio sofreu diversas baixas: a Filarmônica Tcheca e a BBC Symphony abandonaram a cidade.
A orquestra do Maggio Musicale Fiorentino foi pega de surpresa no meio de uma apresentação; cancelou todas as récitas restantes de "La Forza Del Destino" e "Tosca", mas não consegue sair de Tóquio. O cancelamento foi devido ao abandono de alguns solistas, com paura da crise nuclear. Todos do meio musical sabemos da responsabilidade extraordinária de Zubin Mehta nestas ocasiões. É notória sua dedicação à Filarmônica de Israel na ocasião da guerra do Libano - quando todos fugiam de Tel Aviv, o maestro fez o caminho contrário para exatamente ficar junto à orquestra.
Acredita que nas crises, é quando as pessoas mais precisam de música.
Membros do coro se prontificaram à substituição, o maestro Mehta esforçou-se para manter a temporada. Mas o sindicato dos músicos não cedeu - humano, demasiado humano.
A orquestra NHK realizava um concerto na ocasião do terremoto com o maestro Daniel Harding (Prelúdio do Parsifal e a Quinta de Mahler); a Orquestra Filarmônica do Japão apresentava-se com um programa russo (Stravinsky e Prokofiev).
A Nova Ópera Nacional cancelou sua temporada de balés e ópera. Não há previsão de novos concertos.
Para que nossos corações se voltem aos afetados, deixo-os com o "Requiem" do compositor Toru Takemitsu (1930-1996)
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