por Leonardo Valverde
Tudo no Brasil, no que diz respeito ao estudo da linguagem, de nossa língua, é feito de forma que as pessoas odeiem a gramática, ou pior, não sejam minimamente curiosas ao ponto de consultá-la. Isso vem de uma falha do ensino de língua portuguesa por aqui. E certamente do Ministério da Educação também, por insistir em determinar apenas uma forma de ensino do português.
(Foi o que o Pedro Sette tratou em seu post, e cuja solução estou de acordo.)
Mas quero apontar mais claramente esta falha. Saber de onde vem.
Quando uma pessoa me diz que já ouviu falar de uma “oração reduzida de infinitivo” e não sabe me descrever o fenômeno, é sinal que há um problema aí. Afinal, para que seu conhecimento da língua fosse maior, bastaria ela me dizer para que serve o fenômeno e saber quando imitá-lo (sim, isso mesmo, imitar) em seu uso, sem precisar, inclusive, da menção da nomenclatura. Ou seja, conhecem a nomenclatura sem a identificação de seu fenômeno correspondente. Isso é basicamente o que acontece com o ensino da língua no sistema determinado pelo Ministério: ele ensina nomenclaturas gramaticais. E isso tanto no setor público, quanto no privado. É lógico que há aí a consciência do professor numa sala de aula, de tentar reverter esse quadro o máximo que pode. Mas é tarefa hercúlea, o sistema contaminado exige que o professor ensine de maneira que seus alunos “se dêem bem” nas provas (e educação no Brasil ainda é uma mera questão de “se dar bem”).
Já temos aí um dado importante: o sistema educacional brasileiro parte do princípio que o estudo da gramática (no molde imposto) faz com que o aluno escreva e fale melhor.
Pergunto: A gramática pode fazer você falar e escrever melhor? E de onde vem esta noção?
OBS: Este post é apenas um aquecimento (neste retorno), já volto para responder as questões.
Retirado de LeonardoValverde.com.
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