Por Leandro Oliveira
O maestro José Antônio de Almeida Prado faleceu hoje, em São Paulo. Nascido em Santos em 1943, estudou no Brasil com Dinorah de Carvalho, Osvaldo Lacerda e Camargo Guarnieri. Após vencer o Festival da Guanabara em 1969, estudou com Nadia Boulanger e Olivier Messiaen e, a partir dali, tornou-se um dos primeiros compositores brasileiros a enveredar pelas trilhas da então “música de vanguarda”, abordando técnicas atonais e pós-seriais desenvolvidas à sua própria maneira:
Não rejeitei nada [de minha formação], acabei fazendo uma síntese de tudo, do nacionalismo de Camargo Guarnieri às ideias “ecológicas” de Messiaen, que era profundamente ligado à natureza. Isso rendeu as "Cartas Celestes", por exemplo, que é música universal, sem se preocupar em saber se o tema é nordestino ou seja lá o que for. (Revista Concerto, 2000)
Sempre presente na Sala São Paulo - era um papo ótimo -, recentemente Almeida Prado foi um dos responsáveis pela música de um dos concertos mais emocionantes que pude participar: aquele que a Fundação Osesp fez em parceira com a Cinemateca na projeção do filme "Études sur Paris", sob a regência do maestro Cláudio Cruz. Antes (2005) sua "Sinfonia dos Orixás" já havia sido um alvoroço...
Para ouvir uma recente peça do compositor, com Antônio Meneses, clique aqui.
PS: O maestro era primo da inacreditável Hilda Hilst, e dela são os poemas de algumas músicas.
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