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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Direitos autorais?

por Leandro Oliveira

Nossos ministros cantores. Depois do Gilberto Gil, Juca Ferreira... Juca não canta? Ah, mas isso é um detalhe! No saguão do aeroporto, retornando do Rio, encontrei Ana de Hollanda. Soube depois que fizera uma canja no show da Miúcha, ali no CCBB. Achei um pouco sui generis, mas era coisa de família.

Agora é, inevitável, a hora e a vez da Ministra (ops!). E com ela uma discussão muito nobre sobre direitos de autor, Creative Commons e tudo isso que nos atormenta desde pelo menos o Renascimento. O problema se torna evidente com a internet, que permitiu o elogio à pirataria e o acesso a informações aparentemente sem qualquer possibilidade de controle.

Para nós que amamos música clássica tais características dificilmente poderiam ser ditas "problemas". Hoje, uma benção, podemos ouvir, ou por vezes ver partituras e performances de virtualmente todo o repertório composto pela humanidade. O Google é o maior amigo da atual musicologia.

Mas para o mercado clássico a coisa está longe de deixar de ser controversa. Demorou um pouco mas infelizmente a política de direitos de autor tomou conta dos canais clássicos do YouTube. Basicamente, se uma orquestra ou selo encontram uma de suas performances no site sem sua autorização podem requerer sua retirada - ou, mais bizarro, seu emudecimento. Considero uma bobagem, a perda da oportunidade de alcançar um novo mercado, mas isso fica para outro post. Chama atenção outro incidente, hilário. Primeiro, o vídeo abaixo:


Algo estranho? Algo muito estranho. Trata-se da gravação de 4’33″ de John Cage, a famosa música onde prevê um pianista que, ao entrar no palco, fica por quatro minutos e trinta e três segundos em silêncio... uma provocação cheia de intenções filosóficas (ou pseudo-filosóficas) mas que nem sempre é bem entendida. Agora o inusitado: se tentarmos tocar o vídeo em sua página original veremos a seguinte informação:

AVISO Este vídeo contém uma faixa de áudio que não foi autorizada por WMG. O áudio foi desativado.

O ápice do nonsense burocrático desautorizar a "execução" do silêncio. (E nem é a primeira vez que a performance da peça cria tais embaraços). É ou não não uma maravilha?

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