por Leandro Oliveira
Nos encontros do "Falando de Música" raramente é possível evitar temas difíceis. De série de Fibonacci a Karl Marx, de Metastasio a Entartete Musik nada de fato é selecionado pela sua acessibilidade, mas sempre pela relevância da informação para explicação do contexto de uma época ou obra.
A arte está na máxima: "não tornar fácil o que é difícil, mas tampouco tornar o difícil mais difícil do que já é". E por isso, é evitado ao mais das vezes a terminologia técnica, que definitivamente se faz de atalho aos iniciados, mas cria uma barreira indigesta aos amantes que nunca passaram das primeiras lições - ou sequer chegaram a elas. Algumas vezes, é verdade, os alunos pedem alguma coisa sobre esta própria terminologia - ou de contextos menos específicos da vida e obra de cada autor, como outro dia quando me perguntaram da influência do pensamento de Feuerbach em Richard Wagner e deste no II Reich (segundo mesmo, não terceiro).
Claro, o momento mais adequado nestes casos é o papo pós-aula, quando a sugestão de alguma bibliografia de apoio e um eventual encontro extra ajudam a destrinchar os meandros das tantas informações disponíveis e alcançar, enfim, a legitima apresentação do problema. Por isso, antes de seguir, achei legal colocar abaixo um vídeo de Andras Schiff, um pianista húngaro extraordinário, num trecho de uma de suas aulas onde fala (não em húngaro mas inglês, não se preocupem) sobre a trigésima segunda sonata de Beethoven, a monumental op.111. Legal conferir, volto depois.
O caso é que outro dia li no blog do Norman Lebrecht uma notícia interessante. Parece que em uma última oportunidade em Londres, Andras Schiff viu boa parte do público abandonar o teatro em uma de suas palestras. Lebrecht aponta que o excesso de terminologia técnica foi fatal para um público feito de pessoas curiosas, que em sua maioria era composta por profissionais liberais sem experiência musical formal anterior. O público não tem culpa: na correria do mundo de hoje, as informações precisam ser pertinentes, elucidativas - e se possível, também agradáveis. E ninguém pode achar agradável passar algumas horas com a impressão que não está entendendo nada... Fica a lição.
Esta quarta-feira começo os encontros sobre música clássica no Clube Paulistano, aqui em São Paulo. O tema da primeira conferência: "O Que é Música Clássica?".
Nos encontros do "Falando de Música" raramente é possível evitar temas difíceis. De série de Fibonacci a Karl Marx, de Metastasio a Entartete Musik nada de fato é selecionado pela sua acessibilidade, mas sempre pela relevância da informação para explicação do contexto de uma época ou obra.
A arte está na máxima: "não tornar fácil o que é difícil, mas tampouco tornar o difícil mais difícil do que já é". E por isso, é evitado ao mais das vezes a terminologia técnica, que definitivamente se faz de atalho aos iniciados, mas cria uma barreira indigesta aos amantes que nunca passaram das primeiras lições - ou sequer chegaram a elas. Algumas vezes, é verdade, os alunos pedem alguma coisa sobre esta própria terminologia - ou de contextos menos específicos da vida e obra de cada autor, como outro dia quando me perguntaram da influência do pensamento de Feuerbach em Richard Wagner e deste no II Reich (segundo mesmo, não terceiro).
Claro, o momento mais adequado nestes casos é o papo pós-aula, quando a sugestão de alguma bibliografia de apoio e um eventual encontro extra ajudam a destrinchar os meandros das tantas informações disponíveis e alcançar, enfim, a legitima apresentação do problema. Por isso, antes de seguir, achei legal colocar abaixo um vídeo de Andras Schiff, um pianista húngaro extraordinário, num trecho de uma de suas aulas onde fala (não em húngaro mas inglês, não se preocupem) sobre a trigésima segunda sonata de Beethoven, a monumental op.111. Legal conferir, volto depois.
O caso é que outro dia li no blog do Norman Lebrecht uma notícia interessante. Parece que em uma última oportunidade em Londres, Andras Schiff viu boa parte do público abandonar o teatro em uma de suas palestras. Lebrecht aponta que o excesso de terminologia técnica foi fatal para um público feito de pessoas curiosas, que em sua maioria era composta por profissionais liberais sem experiência musical formal anterior. O público não tem culpa: na correria do mundo de hoje, as informações precisam ser pertinentes, elucidativas - e se possível, também agradáveis. E ninguém pode achar agradável passar algumas horas com a impressão que não está entendendo nada... Fica a lição.
Esta quarta-feira começo os encontros sobre música clássica no Clube Paulistano, aqui em São Paulo. O tema da primeira conferência: "O Que é Música Clássica?".
2 comentários:
Ola, esses encontros sobre música clássica no Clube Paulistano são apenas para associados do clube?
São sim MSex. Em breve outros em outros lugares. Aviso aqui.
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