Saiba mais

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ainda vale a pena ouvir Richard Wagner?


O caráter desprezível de Richard Wagner só pode ser comparado à sua genialidade. São diretamente proporcionais, como souberam quase todos aqueles que o apoiaram nas mais diversas fases de sua vida. Sua visão de obra de arte, pensada teoricamente e realizada em uma série de obras primas, é das mais influentes de todos os tempos; sua personalidade irascível e arrogante, das mais desprezíveis de todos os tempos. Tentando entender uma hipérbole é que David Goldman e a É Realizações entram no debate.

Por Martim Vasques da Cunha

A resposta a esta pergunta, segundo David P. Goldman, também conhecido como Spengler, é um sonoro “não“. Para ele, Richard Wagner – um dos gênios mais canalhas que já existiu na face desta terra – se tornou uma espécie de “muzak“, um exemplo a ser copiado na marcha imperial de Darth Vader ou na escala cromática de “Somewhere over the rainbow”. Deixemos o autor argumentar um pouco:

Wagner’s power comes, first of all, from his music, but we have lost the capacity to hear it the way Baudelaire and Mahler did. And our inability to hear Wagner’s music constitutes a lacuna in our understanding of the spiritual condition of the West. Despite Wagner’s reputation for compositional complexity, his musical tricks can be made transparent to anyone with a rudimentary knowledge of music. In some ways, Wagner is simpler to analyze than the great classical composers. Because—as Nietzsche said—Wagner is a miniaturist who sets out to intensify the musical moment, his spells, at close inspection, can be isolated.

Popular literature and program notes describe Wagner’s compositional technique in terms of the so-called leitmotif, or leading motive—a musical theme associated with a particular concept or character. This is true, but trivial. This device has become such a commonplace among film composers that we cannot help hearing, in Darth Vader’s “DA-da-da-DA-DUM-de-DA-DUM-de-DA,” a caricature of the giants’ motive in Das Rheingold—which is exactly what it is. Today we hear Wagner the same way we hear the background music to Star Wars. The lampoon has displaced our perception of the original work.


Contudo, o pessoal da É Realizações acha o contrário. Hoje, dia 9 de dezembro, começa uma seqüência de eventos que discutirá a importância de Richard Wagner, inclusive com o lançamento de um livro de ninguém menos que Roger Scruton.

Quais das versões você vai escolher? Ora não cabe a mim decidir. Afinal de contas, não foi para a posteridade que Wagner fez sua música?

Retirado de Dicta.com.br.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...