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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pergunte ao Julio Lemos


por Julio Lemos

"Fulano é legal, mas é bobo" é diferente de "Fulano é bobo, mas legal." Por que você acha que isso acontece?
Isso já deu tese de doutorado. As duas orações coordenadas formam nos dois casos uma só proposição complexa; a diferença entre as duas está na ordem das orações, mas na prática o elemento bombástico é o conectivo "mas". Fosse um conectivo lógico como "e" (na forma A.B), não teríamos problema; o sentido e a referência seriam os mesmos. O uso corrente da conjunção "mas" nesse caso é justamente expressar essa diferença: "A(x) mas B(x)" ≠ "B(x) mas A(x)". "Mas" aqui não pode ser identificado como um conjuntivo lógico, embora aparentemente se comporte como tal (em outras palavras: logicamente, A(x) . B(x) = B(x) . A(x), sendo .=def "mas"). Pragmaticamente, entretanto, não há dúvidas de que o sentido primeira proposição é quase sempre: Fulano é legal, mas o que prevalece é o ser bobo; e vice-versa. A última oração, o que segue ao "mas" é o juízo "forte". Se o qualificativo nessa última oração é negativo, a frase inteira assume esse valor, e vice-versa. Respondendo: eu acho que isso acontece porque, no caso do juízo negativo ("mas é bobo") existe um ataque à perfeição do sujeito que acaba por prevalecer; e no caso do juízo positivo, temos uma vitória da benevolência que chama, por sua vez, a atenção.

A finalidade do casaco de pele é a ostentação, o meio é a crueldade. O senhor acha mesmo bonito fazê-lo?
Não tem nada de crueldade. Quem come carne contribui com tudo isso, e não vejo problema algum. Ostentação pode ser com casacos de pele ou com talheres de prata na mão de mendigos (isso já aconteceu).

Tem interesse em homeschooling? Recomenda algo para pai novo ler? Método? Qualquer coisa...
Sim, não, não, nada. :)

O direito à vida não inclui o direito a ganhar a vida produzindo ou participando da produção? Como uma pessoa livre participa da produção através de sua força de trabalho ou de seu capital, o direito à vida não inclui o direito à propriedade dos meios de produção?
Bicho, 'tou pouco me ferrando com esse "direito". O único com que me importo é o direito de entrar em um contrato livremente; ou melhor, no DIREITO DE SE VIRAR sem o Estado enchendo o saco

O que pensa do ateísmo militante e de nomes como Richard Dawkins (claro, sua obra é bem mais do que isso), Christopher Hitchens e Michel Onfray?
Uma merda, para ser franco.

Pergunte ao Julio Lemos aqui.

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