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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ciência, consciência e criatividade

por Leandro Oliveira

Dr. Vilayanur Ramachandran é um neurocientista indiano, diretor do Centro do Cérebro e da Cognição da Universidade da Califórnia, em San Diego. Ele surge no meio científico internacional por seu trabalho sobre ilusões visuais e, logo depois, por pesquisas em amputados com sensações em membros fantasmas - que foi tema de uma série para BBC, "Emerging Mind".

Assim como Oliver Sacks, seus livros são dos mais estimulantes escritos de divulgação científica contemporânea. Em português há a publicação de "Fantasmas no Cérebro". Grande comunicador, Ramachandran torna acessíveis questões muito recentes da neurociência. Suas pesquisas por vezes nos aponta conclusões surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro.

Este vídeo abaixo é um dos maiores sucessos do TED, sobre criatividade. Há possibilidade de disparar as legendas.


A palestra termina - vale a pena ver seus vinte minutos - com uma nova perplexidade do cientista: a sinestesia e sua relação, por assim dizer, poética. Explica onde o cérebro realiza nossas metáforas, e como estas metáforas, abstrações simbólicas, seriam algo definitivamente humano.

Quatro anos depois, ao apresentar suas conclusões, Ramachandran parece perder um pouco o fio da meada. É o que diz a resenha de seu último livro "The Tell-Tale Brain: A Neuroscientist's Quest for What Makes Us Human", feita pelo filósofo Raymond Tallis para o Wall Street Journal. A discussão, devidamente contextualizada, versa sobre as fronteiras do conhecimento científico, seus limites e suas reais aplicações. Comenta Tallis

The trouble begins when the neurologist turns philosopher and tries to use these insights to get closer to "what makes us human." He suggests that such cross-wiring underpins both humans' ability to enjoy metaphors and artists' capacity to create novel connections — an assertion that has scarcely any research to back it up. (What little has been done depends on laughably simplistic models of how metaphors and creativity really work.) Likewise, his explanation of how we became speaking animals has scarcely a toe-hold on empirical data. (...)

It is disappointing that Dr. Ramachandran is serially unfaithful to the initial vision he presents, of humans as a species that "transcends apehood to the same degree by which life transcends mundane chemistry and physics." "The Tell-Tale Brain," though it is engagingly written and often fascinating, reminds us how little cause we have to privilege what the neuro scientists tell us about what makes us human over the testimony of novelists, poets, social workers or philosophers


A dica é de Joel Pinheiro da Fonseca na Dicta. Para o artigo na íntegra, clique aqui.

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