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terça-feira, 23 de agosto de 2011

O eterno número 2

Consta a escritora Nina Berberova ter ouvido em Nova Iorque o veredicto do próprio Prokofiev: "não há lugar para mim aqui enquanto Rachmaninoff estiver vivo... e ele viverá por mais dez ou quinze anos". Tendo chegado na América em agosto de 1918, o compositor passava maus bocados após as recorrentes e frustradas tentativas de se posicionar no mercado norte-americano.

Richard Taruskin comenta uma passagem ainda mais curiosa, que corrobora a frase melancólica do compositor exilado. Um regente russo (Andrey Boreyko) teria ouvido do filho do compositor que "quando meu pai foi perguntado o motivo pelo qual tranferiu-se para Russia em 1936, ele disse 'eu não gostei de ser o compositor russo nº2 na Europa, com Stravinsky; e nº2 na América com Rachmaninoff. Eu gostava de ser o nº1, e por isso escolhi a Rússia Soviética'".

Ironicamente, Boreyko comenta, ao menos para os músicos sérios, na Rússia ele se torna o nº2, após Shostakovich.

De Sergei Prokofiev, a Osesp apresenta esta semana a Sinfonia em Sib Maior, op.100

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